escritas e falares da nossa língua


segunda-feira, março 17, 2008

a nova ortografia

parece-me a mim que haver um acordo ortográfico será boa coisa, pois que defende uma política da Língua a nível mundial. parece-me a mim que abolir as consoantes surdas, como os "c" e os "p" será boa coisa, pois que faz com que a escrita traduza mais fielmente a fala. parece-me tão claramente bem, que pasmo ante a palermice pseudo-intelectual de quem acha que um Acordo Ortográfico é matéria anti-constitucional ou de lesa-soberania.
parece-me tão claramente bem, que fico estantío ante as delongas, fraquezas e burocracias que atrasaram vinte anos a vigência da nova ortografia decorrente da nossa assinatura do Acordo.
e não sei que pense de quem, tudo tendo feito para o atrasar e dificultar, venha agora trazer a terreiro o argumento de que o Acordo vem tarde e a desoras.
é que eu gostava de viver num país inteligente. gostava de viver num país que não fosse tão mesquinho, tão tribal e tão histericamente dialetal.
é que eu sempre pensei que a Nossa Língua não se fala, não se escreve nem se edita apenas em Lisboa. perdão: apenas na Lisboa pseudo-intelectual de certas faculdades de Letras, isto é, de certas editoras.
portugueses, brasileiros, galegos, africanos, timorenses, estrangeiros lusófilos, nós todos, precisamos de uma Língua forte, universal, diversa, rica, mas de fileiras cerradas naquilo que nos une.
não serão uns vendilhões de livros, doutorecos de merda, que nos irão barrar o caminho da unidade. a língua é nossa, não é deles.
prá frente com a nova ortografia!
como diz o Povo, "vale mais tarde do que nunca".