columpio (Gz.)
"carrocel de baloiços giratórios", "randeeira", "arrandeeira", "bambam" (Gz.) - ver Comentºs de Calidonia e LQB.
não resisto a resumir o conto Novo de Parmuide, de Álvaro Cunqueiro, em Xente de Aquí e de Acolá.
Novo, um rapaz de Parmuide, apaixonara-se polos columpios nas festas de Mondonhedo e de Lugo. tanto, que feira ou arraial a que ele fosse tinha que lá gastar o dinheiro a columpiar-se. já home completo, Novo mandou vir um columpio individual, de cadeado, com assento forrado a pano verde, de onde caíam uns guizos. e montou-o na eira. sempre que podia, fazia a sesta no columpio e se queria provar amizade a alguém convidava-o a columpiar-se nele.
na tropa, um camarada que curava cavalos ensinara-lhe um montóm de receitas coas que apanhou o jeito e o vício de curar. e mais tarde, nom se sabe quando, Novo haveria de ajuntar o seu columpio ao já composto arsenal terapêutico. a princípio curava só catarros, com umas quantas doses de columpio, mas depois começou a aventurar-se às dores de cabeça, ao raquitismo e à anemia, com o que foi fazendo o carreiro das formigas de uma vasta clientela.
farto de ouvir falar em linguagem científica a outros que curavam menos que ele, Novo tratou de aprender uns versos e uns latins para recitar aos clientes enquanto os columpiava. dizia ele que um soneto bem botado aumenta a confiança dos enfermos. depois que aprendeu de cor uns versos e ladainhas, o mencinheiro já ajudava as mulheres prenhas a livrar-se em noites de lua cheia. e até conseguiu que uma freira paralítica saísse do columpio polo pezinho dela.
temendo que lhe decorassem a reza e co isso lhe roubassem o poder, Novo passou a dizer os versos ao revés. palavras de ocultis.
mas quando Novo morreu, o poder do columpio finou-se tamém. já nem os ratos lhe tenhem respeito.
não resisto a resumir o conto Novo de Parmuide, de Álvaro Cunqueiro, em Xente de Aquí e de Acolá.
Novo, um rapaz de Parmuide, apaixonara-se polos columpios nas festas de Mondonhedo e de Lugo. tanto, que feira ou arraial a que ele fosse tinha que lá gastar o dinheiro a columpiar-se. já home completo, Novo mandou vir um columpio individual, de cadeado, com assento forrado a pano verde, de onde caíam uns guizos. e montou-o na eira. sempre que podia, fazia a sesta no columpio e se queria provar amizade a alguém convidava-o a columpiar-se nele.
na tropa, um camarada que curava cavalos ensinara-lhe um montóm de receitas coas que apanhou o jeito e o vício de curar. e mais tarde, nom se sabe quando, Novo haveria de ajuntar o seu columpio ao já composto arsenal terapêutico. a princípio curava só catarros, com umas quantas doses de columpio, mas depois começou a aventurar-se às dores de cabeça, ao raquitismo e à anemia, com o que foi fazendo o carreiro das formigas de uma vasta clientela.
farto de ouvir falar em linguagem científica a outros que curavam menos que ele, Novo tratou de aprender uns versos e uns latins para recitar aos clientes enquanto os columpiava. dizia ele que um soneto bem botado aumenta a confiança dos enfermos. depois que aprendeu de cor uns versos e ladainhas, o mencinheiro já ajudava as mulheres prenhas a livrar-se em noites de lua cheia. e até conseguiu que uma freira paralítica saísse do columpio polo pezinho dela.
temendo que lhe decorassem a reza e co isso lhe roubassem o poder, Novo passou a dizer os versos ao revés. palavras de ocultis.
mas quando Novo morreu, o poder do columpio finou-se tamém. já nem os ratos lhe tenhem respeito.
10 Comments:
Eu sempre tivem 'columpio' por castelanismo, e acho que os dicionários están do meu lado e nom do do mestre Cunqueiro.
Na miña casa chamouse sempre ban-ban, ou van-van, nom sei qual é a forma correcta da onomatopéia.
Mas devo reconhecer que a forma galega que mais tenho ouvido polo mundo adiante é a de randeeira.
By cneirac, at 8:43 da tarde
sem dúvida, os dicionários estão do nosso lado.
de qualquer forma, a estória do Novo supera o erro.
suspeito mesmo que se a cousa fosse "baloiço" ou "randeeira" deixaria de ter propriedades medicinais.
sempre as "divinas palavras", como diz Cunqueiro...
By josé cunha-oliveira, at 9:30 da tarde
Eu estou co Calidonia... E na minha casa dizia-se também arrandeeira (randeeira).
Segundo os dic's, seria-che bambám (ou bambán), Calidonia.
By La queue bleue, at 7:47 da tarde
do nosso lado: do meu, de Calidonia e de LQB.
não sei se podia ter sido entendido de outro modo :/
By josé cunha-oliveira, at 8:09 da tarde
Não, entende-se perfeitamente. :)
By La queue bleue, at 8:45 da tarde
é que o blogger gosta de pregar-me partidas, faz-me andar num corropio a emendar as asneiras que ficam e que eu não escrevi ou que ainda não acabei de escrever...
By josé cunha-oliveira, at 8:54 da tarde
Ai, quanto stress :P
By La queue bleue, at 9:08 da tarde
gostei dessa. mas o entendido em stress sou eu...
ou pagam-me pa entender...
By josé cunha-oliveira, at 9:12 da tarde
Entao quanto é que me cobras por me entender? :P
Eu não tenho mto dinheiro... mas... ainda há aquelas coisas de trocos, espécie e tal?
By La queue bleue, at 9:56 da tarde
há entenderes que não se cobram
e espécies que não se pagam.
por ser pra ti não te cobro
por ser pra mim não me pagas
By josé cunha-oliveira, at 10:07 da tarde
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