escritas e falares da nossa língua


sábado, janeiro 19, 2013

às duas por três

a expressão "às duas por três" significa "inesperadamente", "subitamente", "de repente"; "sem mais nem menos".

por-se a pau

a expressão "por-se a pau" significa "acautelar-se", "estar alerta", "tomar cuidado", "colocar-se numa atitude defensiva hostil, pronta a atacar".

quarta-feira, janeiro 16, 2013

maculo (Ang. e Br.)



"maculo" (n. masc.) é uma palavra com origem no Quimbundo (Angola). refere-se a uma doença muito frequente nos escravos que de Angola e Moçambique eram enviados para o Brasil, pelo que também atingiu os colonos brancos e os caboclos e nativos brasileiros. tem vários sinónimos, como "achaque do bicho", "doença do bicho". na terminologia médica mereceu o nome de "retite gangrenosa epidémica". segundo se diz, era devida às horríveis condições de higiene dos escravos, obrigados a defecar junto ao chão, ao alcance das moscas varejeiras. os seus sintomas consistiam numa retite inflamatória, com relaxação do esfíncter anal, eliminação de muco fétido, ulcerações e prolapso retal, além de febre, cefaleias, dores no corpo, quebreira geral e, por vezes, sintomas neurológicos de torpor, sonolência, delírio e coma, terminando na morte, não raro com gangrena do reto e aparecimento de larvas ("bichos").
porém, o "maculo" não é uma doença especificamente africana ou brasileira, é uma doença disentérica universal própria de regiões pantanosas e seringais, associada a baixos índices de higiene.
curiosamente, na América hispanófona e nos autores portugueses castelhanógrafos do século XVII, a doença foi conhecida por “mal del culo”, devido, provavelmente, à localização principal dos sintomas físicos e à semelhança fonética com o termo quimbundo.

terça-feira, janeiro 15, 2013

bosta (Pt., Gz. e Br.)

"bosta" (n. fem.) é o mesmo que "merda"; "excremento de boi ou de vaca"; "pessoa indolente"; "coisa ou trabalho mal feito".

sábado, janeiro 12, 2013

buala (Ang.)

"buala" (n. fem.) significa "casa", "aldeia", "a comunidade".

sexta-feira, janeiro 11, 2013

a elite parola e a nova ortografia da Língua Portuguesa


sobre a nova ortografia levanta-se novo acesso febril. agora aproveitando o alargamento do período de transição (e não de suspensão ou adiamento da vigência do Acordo), por parte do governo brasileiro ou, se calhar também, pela mudança de secretário de Estado da Cultura. vá lá o diabo saber ao certo. o certo é que a elite parola portuguesa não para de lutar contra o interesse nacional e contra o interesse da Língua Portuguesa no mundo.
as contas são boas de fazer. somos 240 milhões de falantes e escreventes da Língua. mas só os brasileiros são 180 milhões. quer dizer, o Brasil representa 3/4 da Língua, nós e os restantes, 1/4.
é bom de ver que, no caso de não harmonizarmos as nossas normas escritas, se não houver uma norma comum, sempre que a nível internacional se tenha de escrever em Língua Portuguesa a norma utilizada será a brasileira. isso já se verifica em documentos da União Europeia.
como é bom de ver, o Brasil não precisa de nós para nada. nós é que precisamos que o Brasil adira a um Acordo connosco. caso contrário, ficaremos dependentes da norma brasileira. e é muito bem feito.
mas a estupidez da elite parola portuguesa não chega lá. prefere ser autocontemplativa, auto-suficiente e pequenina.
e pior: a elite parola já não argumenta, já não dá razões. diz que a nova ortografia é "desconchavada", "pessimamente fundada" e "inútil". a elite parola é assim: decreta e já está. politicamente correta, estúpida e gravemente daninha para o País e para a Língua Portuguesa.
gente fina é outra coisa...
que deus vos perdoe.

aselhice (Pt. e Br.)

"aselhice" (n. fem.) é o "modo ou qualidade de quem é aselha"; "inabilidade"; "falta de jeito"; "ação desastrada, desajeitada ou desadaptada ao fim proposto".