sábado, junho 22, 2013
sexta-feira, junho 14, 2013
quinta-feira, junho 13, 2013
saloiadas
1 - Moita Flores, o mais reconhecido perito em questões linguísticas e ortográficas, diz que a internet põe em causa todos os acordos ortográficos. tem toda a razão. a internet põe em causa todas as ortografias, com acordos ou sem eles. é isso que afasta a internet da escrita erudita, com regras. mas, como diz o povo, " quem te manda a ti, sapateiro, tocar rabecão"?
2 - o incrível "Aventar" traz esta reação ao anúncio de Passos Coelho e Dilma Rousseff de que o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa é para vigorar obrigatoriamente a partir de 2015:
"trata-se de inaceitável ingerência no processo de avaliação atualmente levado a cabo pelo Grupo de Trabalho — Acompanhamento da Aplicação do Acordo Ortográfico, da Comissão de Educação, Ciência e Cultura da Assembleia da República. para já, é tudo o que tenho a considerar. se mais considerasse, correria o risco de pressionar os deputados e de perturbar indecentemente o processo de avaliação em curso. em suma, de ter um comportamento semelhante ao do Governo português".
a inversão da lógica é notável e um completo descaramento: esse tal de Grupo de Trabalho, (que, felizmente, é um fracasso completo, porque está longíssimo de ter conseguido os objetivos que pretendia), é que constitui uma séria tentativa de ingerência inaceitável na execução de um acordo internacional celebrado livremente pelo Estado Português há 23 anos.
3 - mas essa gente não tem mais nada que fazer e em que pensar?
quarta-feira, junho 12, 2013
terça-feira, junho 11, 2013
dar [ou ficar] em águas de bacalhau
a expressão "dar em águas de bacalhau" ou "ficar em águas de bacalhau" significa "dar em nada", "não ter consequência", "não ter resultados", "não ter seguimento". exº: muitos inquéritos e investigações "dão em águas de bacalhau".
a origem da expressão não é consensual, apesar do contributo do "Dicionário das Origens das Frases Feitas", de Orlando Neves, Lello & Irmãos Editores, Porto. pessoalmente, acho-o muito rebuscado. não me parece que as águas onde os pescadores vão pescar o bacalhau sejam um local dececionante de pesca, caso contrário ninguém lá iria pescar.
uma explicação corriqueira é muitas vezes a mais conveniente e correta. além disso, para que a explicação de Orlando Neves tivesse alguma credibilidade, a expressão deveria ser originária de um porto de pesca bacalhoeira, e ser aí mais frequente, o que resta demonstrar, dado que a expressão é corrente em todo o mundo rural. em minha opinião a expressão deriva da demolha doméstica do bacalhau. depois de terminada a demolha, a água residual não tem préstimo, nem reaproveitamento possível. à água de bacalhau não se lhe segue nada. é para deitar fora, para esquecer. a sua utilidade acaba aí.
a origem da expressão não é consensual, apesar do contributo do "Dicionário das Origens das Frases Feitas", de Orlando Neves, Lello & Irmãos Editores, Porto. pessoalmente, acho-o muito rebuscado. não me parece que as águas onde os pescadores vão pescar o bacalhau sejam um local dececionante de pesca, caso contrário ninguém lá iria pescar.
uma explicação corriqueira é muitas vezes a mais conveniente e correta. além disso, para que a explicação de Orlando Neves tivesse alguma credibilidade, a expressão deveria ser originária de um porto de pesca bacalhoeira, e ser aí mais frequente, o que resta demonstrar, dado que a expressão é corrente em todo o mundo rural. em minha opinião a expressão deriva da demolha doméstica do bacalhau. depois de terminada a demolha, a água residual não tem préstimo, nem reaproveitamento possível. à água de bacalhau não se lhe segue nada. é para deitar fora, para esquecer. a sua utilidade acaba aí.