"crica" (nom. com. fem.) é o nome por que se designa a concha de alguns moluscos. é também uma forma de designar a vulva, seja ela a da mulher ou de qualquer fêmea dos mamíferos.
os rapazes do meu tempo de escola gostavam de jogar a "crica", um jogo em que se impulsionava com o dedo médio, solto repentinamente de debaixo do polegar, uma cápsula de garrafa de cerveja ou refrigerante, por forma a tocar noutras dos outros jogadores. à crica também lhe chamavam "concha" ou "conchinha", indicando claramente que a origem da palavra tinha a ver com a semelhança da dita cápsula com as conchas de amêijoas ou aparentadas.
não se sabe por que carga de água, de há uns tempos para cá, a "crica" começou a designar-se nos meios de comunicação social, sobretudo na televisão, por "carica", palavra que não tem qualquer ponta por onde se lhe pegue. não passa de uma forma epentética pseudoerudita que talvez pretenda, pudicamente, fugir ao significado erótico-sexual da segunda aceção da palavra, coisa que nos tempos que correm é muito inconveniente, apesar de vivermos na maior liberdade de costumes.
em Freixiel, Vila Flor, distrito de Bragança, existe uma fonte, que brota desde o início do outono ao final da primavera, a qual, pela sua peculiar localização e forma, na abertura de um enorme penedo, é conhecida por "Fonte da Crica da Vaca".
nota: já me referi, de forma mais abreviada, a esta palavra numa postagem publicada aqui em 4 de setembro de 2009.